quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Detetives do Blog: A primeira Stratocaster da História (Parte 1)


Olá amigos, dessa vez vamos aprontar a maior investigação já feita pelos detetives e garimpeiros das guitarras mais legais do mundo, é claro que eu estou me referindo às nossas icônicas Stratocasters, e para isso, surge uma dúvida: quem está falando a verdade? Várias pessoas ao longo das últimas décadas vinham se declarando como os fiéis proprietários das legítimas e lendárias primeiras Stratos produzidas por Leo Fender em meados dos anos 50. O problema é que existem muitos personagens nessa história, e o que não faltam são rumores e teorias da conspiração. É por isso que o blog resolveu investigar um pouco e contar essa e outras descobertas para vocês. 

Vamos aos fatos: em meados dos anos 2000 o nosso lendário e herói da Stratocaster, David Gilmour gravou uma entrevista para a BBC onde mostrava a todos o que parecia ser realmente a primeira Fender lançada em série e produzida na fábrica da Fender "nada mais nada menos por Leo Fender". A guitarra de fato possuía o número de serial #0001 e por isso vocês podem pensar "pronto! Mistério resolvido!" Mas de fato, algumas coisas fazem com que algumas pessoas não considerem o instrumento a primeira Stratocaster produzida no mundo, além disso, não encontrei nenhum registro do Gilmour falando em se tratar da primeira Fender produzida, acho que ele nunca declarou isso.




Conforme descrição: " The unusual colour and the gold hardware indicate that it might be a showpiece made for a special occasion or for an employee. The neck is signed "TG 6.54", referring to Taddeo Gomez June 1954 and the body has a handwritten signature "Mary 9.28.54", referring to Mary (this could very well be Mary Lemus, a Fender factory employee. Mary began work at Fender in 1954 as an assembler, eventually becoming a final assembly supervisor -- thank you Mike Rego) September 28. 1954. According to Guitarist journalist David Mead, who examined the guitar for an article in 1995, the ash body is indeed white although it might appear to be aged Olympic White. The guitar features an anodized gold 8 hole 1-ply pickguard, custom gold plated tremolo system and output jack and Kluson Deluxe tuners. The pickups appear to be original 1954 Fenders with a 3-way pickup switch (the 5-way switch didn't surface until the mid 70's). (info from gilmourish) "

Tradução: 

A cor incomum e o hardware Gold indicam que o instrumento pode ser uma peça de mostruário feita para uma ocasião especial ou para um empregado. O braço é assinado "TG 6,54", referindo-se a Taddeo Gomez datando de Junho de 1954 e o corpo tem uma assinatura a mão (manuscrita) "Mary 9.28.54", referindo-se a Mary (esta poderia muito bem ser Mary Lemus, uma funcionária da fábrica da Fender. Mary começou a trabalhar na Fender em 1954 como funcionária da linha de montagem, tornando-se posteriormente supervisora da montagem final - obrigado Mike Rego) 28 de setembro de 1954. Segundo o jornalista e guitarrista David Mead, que examinou a guitarra para um artigo em 1995, o corpo em Ash é de fato da cor branca, embora possa parecer branco envelhecido (Aged Olympic White). A guitarra tem 8 furos no escudo dourado de uma peça (1-ply pickguard), com a ponte banhada e personalizado na cor Gold (sistema de tremolo) e jack de saída e tarrachas Kluson Deluxe. Os captadores parecem ser originais Fender de 1954 com chave seletora de 3 opções (a chave seletora de 5-way não existia até meados dos anos 70). (Informações de gilmourish)




Como podemos ver, existem muitas características que não são compatíveis com os primeiros modelos lançados nos anos 50. O modelo Stratocaster de David Gilmour é datada de Junho de 1954 (conforme informação escrita no braço) e sabemos que a produção teve início em Março de 1954, logo, não pode ser a primeira. Além disso, elas não vinham na opção Olympic Gold, a menos que fosse customizada na fábrica ou nos anos posteriores. Mas então, porque ela tem o serial #0001? Conforme descobri através de um user: "It's the first custom Stratocaster, not the first (as you folks have discussed) The gold anodized pick guard is original. As to the guitar's value, Gilmore himself stated: "it doesn't matter, it's not for sale."

Tradução: 

É a primeira Stratocaster customizada, não é a primeira (como vocês têm discutido) O escuto na cor Gold é original. Quanto ao valor da guitarra, o próprio Gilmor afirmou: "não importa, não está para venda".

Como podemos concluir, se trata da primeira Stratocaster customizada e feita sobre encomenda na Fábrica, mas não é a "number one". Vamos a alguns vídeos onde o mestre aparece utilizando a guitarra: 




Aqui vou postar o vídeo da entrevista do Gilmour para a BBC, onde ele mostra melhor o instrumento e fica evidente sua expressão de amor e cumplicidade com sua Stratocaster:




Na festa de aniversário dos 50 anos da Fender, Gilmour usou o exemplar para tocar para o grande público, um grande instrumento desses não poderia faltar nessa festa, ainda mais nas mãos de um dos mais lendários guitarristas de todos os tempos.




Então surge a informação: "Fender used to stamp the serial numbers on the tremolo cover plate. They started putting serial numbers on the neck plate in late '54. George Gruhn had the first strat ever in his shop a few years ago I think".

Tradução: 

A Fender usou inicialmente para carimbar os números de série a placa de cobertura do tremolo (cover plate da ponte). Eles começaram a colocar os números de série no neck plate apenas no final de '54. George Gruhn teve a primeira Stratocaster de todos os tempos na sua loja há alguns anos atrás eu acho".

Quem é George Gruhn? Será mesmo verdade que ele possuiu ou ainda possui a primeira Stratocaster de todos os tempos?? Seria apenas mais outra lenda surgida na internet? De fato, será que é possível identificar nos dias de hoje essa guitarra, ou melhor, será que ainda existe essa guitarra? No próximo post da parte 2 iremos resolver esse mistério e mostrar essa e outras descobertas sobre a primeira Stratocaster de todos os tempos. Até lá pessoal!

William de Oliveira




quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Galeria de arte Stratocaster: Tema Fender Stratocaster 1976


Olá amigos, venho a compartilhar algumas das novidades que separei para o mês de Fevereiro, onde o segundo mês do ano de 2016 foi escolhido para explorar na nossa ilustre galeria de arte uma sequência de fotos abordando uma Fender Stratocaster Standard dos anos 70 (essa mais precisamente do ano 1976). Aparentando qualidade dentro da média, esse instrumento é ridiculamente desvalorizado pelos experts que insistem em dizer que pertence as piores safras de instrumentos produzidos pela Fender em meados dos anos 70 em plena era CBS, desconsiderando todos os conceitos e critérios anteriores preservados na era Pré CBS. É fácil encontrar pessoas na internet que já tiveram esses instrumentos da Fender dos anos 70 e praticamente é de consenso geral que as primeiras da década de 7 eram bem construídas (principalmente até 72 ou no máximo 73). Alguns chegam ao exagero de dizer que os exemplares pertencentes aos anos de 78 e 9 apresentam péssima construção, enxerto no corpo das guitarras e não valem o preço que geralmente encontramos no mercado (principalmente no mercado brasileiro). Instrumento caro mas que é facilmente de se encontrar em solo brasileiro, basta pesquisar um pouco nos já conhecidos sites de compra e venda da Internet, onde provavelmente iremos encontrar unidades entre 6 a 10, 12, 15 mil reais se estiverem em bom estado de conservação, original, infelizmente não a preço acessível, graças a desvalorização do Real frente ao Dollar. Exemplar americano dos anos 70, essa unidade ainda mantém o charme e a beleza das Stratocasters na minha opinião em sua essência, bem como a grandiosidade e a beleza dos característicos Big Headstock dos anos 70, que convenhamos, é um charme a parte! A desvalorização aqui e lá fora desses instrumentos se dá pela reputação ruim dos instrumentos produzidos na era CBS, onde muitos instrumentos americanos produzidos no período seguinte dos anos 80 não tinham basicamente nada de especiais, apenas preenchiam o mercado com instrumentos baratos sem nenhuma qualidade na construção ou ao que se refere as madeiras e acabamento, sendo superadas facilmente pelos instrumentos japoneses da década de 80.


Segundo os critérios do anunciante e proprietário do instrumento:

Guitarra do ano 76 envelhecida, mais para os músicos do que para os colecionadores. Escudo, captadores e eletrônicos são da Fender, mas não são originais. Até onde eu sei, vêm com captadores dos anos 90, mas não me pergunte quais são os modelos precisos.

Corpo: 2 peças em Alder
Braço: Maple em C
Escala: Rosewood curvada
Trastes: Novos
Peso: 3.5 Kg
Incluso: Case Carvin

Estado: A unidade está maravilhosamente preservada para sua idade. Alguns pontos de impacto nas bordas e arranhões normais, são limitados. O grande problema é que o acabamento em nitro já está formando belas rachaduras e também o vermelho, na parte frontal, é parcialmente desbotado, enquanto apresenta mudanças do amarelo para verde.

Som: Perfeita, som de Strato cheio! As cordas mais baixas têm um som tão volumosa, forte e ao mesmo tempo, transparente, como eu raramente vi em outras Stratos Fender... posição do braço é simplesmente um sonho. O ataque rápido faz a coisa toda realmente borbulhante e alto. Os captadores têm uma boa saída, então não tem som vintage, mas exatamente como deveria ser. Uma grande Stratocaster!

















































segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Raridade do mês: Fender Stratocaster 1966 CBS Yngwie Malmsteen


Olá galera, o post a seguir é dedicado a nossa raridade do mês de Fevereiro e é para deixar qualquer admirador de Stratocasters babando: nada mais nada menos do que mais uma belezinha foi à venda do acervo do icônico Yngwie Malmsteen e algum cara com muito dinheiro e muita sorte de estar no lugar certo e na hora certa fez a graça de comprar. O item é uma Fender Stratocaster ano 1966 (lembrando que a CBS assumiu o controle da Fender em 05 de Janeiro de 1965, portanto, esse exemplar é pertencente à era CBS e não Pré CBS conforme erroneamente colocamos no enunciado antes) escalopada com dois captadores Dimarzio HS3 (ponte e braço) como mostram as imagens. Ah, essa belezinha ainda acompanha certificado de autenticidade com a assinatura do mestre, caso alguém ainda venha a duvidar ou questionar o fato de ter ou não pertencido à coleção particular de YJM. Chega de papo, vamos ás fotos:


Fender Stratocaster que pertenceu a Yngwie Malmasteen

Datada de Setembro de 1966 - Período CBS

Detalhe do logo com relic

Detalhe da escala levemente escalopada

Yngwie Malmsteen com a unidade à venda

Certificado de autenticidade

Encaixe do tróculo

Saddles e ponte

Big Headstock

Dois captadores Dimarzio HS-3 (Ponte e braço)

Eu sempre soube que o Malmsteen teve duas paixões na vida dele, a primeira as Stratocasters, e a segunda, as Ferraris, Não é atua que nos últimos tempos o Sueco vem vendendo parte do acervo dele colecionável para comprar mais desses esportivos, acredito que ele esteja naquela fase onde a pessoa cria aquela obsessão por adquirir/consumir certas coisas que fogem do nosso poder de compra, mas não dele, é claro. Já vi várias outras guitarras à venda do acervo dele, inclusive uma Stratocaster de cor preta veio a Brasil e esteve à venda, um instrumento que o Malmsteen vendeu exatamente para negociar outra Ferrari. O modelo também vinha com certificado de autenticidade com a assinatura dele e um vídeo onde ele aparece tocando com a unidade a venda! Eu fico doente de ver essas coisas, confesso que se tivesse condições financeiras melhores certamente faria algum esforço para adquirir e acrescentar no meu acervo, seria um sonho.. mas ai eu me acordo desse sonho e me lembro que sou brasileiro, e nos tiraram esse direito de sonhar.. por enquanto.. é isso pessoal, espero que tenham gostado do post. Até a próxima!

William de Oliveira