sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Qual o futuro da guitarra Stratocaster?




Pois é amigos leitores do blog, a gente sabe que a cada ano que passa fica mais difícil imaginar instrumentos musicais com belas madeiras e isso fica cada vez mais como coisa do passado. A dificuldade atualmente de se encontrar corpos de Stratocaster em duas peças é cada vez maior, e se você quiser algo diferenciado, terá de recorrer a instrumentos vintages ou as atuais e caríssimas Custom Shop. O Alder tão abundante na America do norte em tempos remotos, também parece estar com os dias contados, e a Fender sabe disso. Cada vez mais existe um controle rigoroso e resistências por todos os lados a cada árvore cortada, seja lá fora ou dentro do nosso país, fazendo com que as empresas adotem novos "conceitos" nem sempre aprovados pelos consumidores. O Mogno brasileiro, atualmente proibido do corte, por muitos anos prevaleceu como escolha entre empresas brasileiras e estrangeiras. Hoje, não pode mais haver corte e seleção de Mogno, apenas de madeiras que já estavam cortadas e estocadas em período anterior a criação das normas de regulamentação do corte do Mogno e que são guardadas atualmente como ouro dentro de um cofre. São toras, pedaços, cortes cobiçados pelas grandes empresas e por pequenos luthieres que utilizam esses pedaços para concertos e trabalhos em geral. A cada década, mais raro e caro fica de se encontrar e isso deve-se à cobiça do homem frente ao desmatamento. O homem desmatou e por muitas gerações não replantou, nunca ouve nenhum tipo de preocupação ou planejamento como existe atualmente com o reflorestamento. As entidades responsáveis pela fiscalização dificultam o corte e cada vez mais encarece as empresas, que se preocupam em criar novas ideias para seus instrumentos.




Foi pensando nisso que a Fender, em parceria com a empresa Ernest´s Cardboard desenvolveram um conceito de um instrumento totalmente inovador, feito com papelão. Isso mesmo amigos, papelão, mas não se assustem, é apenas um conceito e não significa que será esse o futuro dos instrumentos musicais, pelo menos não quero estar vivo para ver isso. A verdade é que a empresa Ernest´s Cardboard são especializadas em criação de objetos em papelão e já desenvolveram de tudo o que você pode imaginar. O desafio então, foi criar uma Stratocaster juntamente à Fender que fosse "funcional", e assim o fizeram parecer: funcional. 




Com a ajuda dos profissionais da Fender Custom Shop, recriaram todos os shapes criteriosamente nos mínimos detalhes para simular corpo e braço em papelão de uma Stratocaster nos melhores padrões oferecidos pelo setor Custom Shop da empresa. O conceito moderno é novador e cabe ressaltar que ninguém ainda havia desenvolvido nada parecido do tipo. Esteticamente irá satisfazer a alguns e criar muita polêmica pelos quatro pontos do mundo, fico imaginando o quanto leve deve ser esse instrumento, Pode parecer propaganda da Fender, mas os renomados luthieres do setor Custom Shop da empresa se surpreenderam com o resultado, não que tenha ficado maravilhoso, mas porque realmente o resultado final foi interessante: ao tocar, se parecia com uma Stratocaster. 




O timbre, conforme consta no vídeo de divulgação, se pareceu muito próximo a uma Stratocaster, interessante que se ninguém soubesse, certamente diriam que o som se parece a uma Stratocaster "normal". Acho que a Fender criou esse conceito e apostou na criatividade e nos materiais da Ernest´s como um termômetro para testar o grande público, além de causar grande repercussão para a empresa, serviria para ver a opinião dos seus consumidores.




Fico pensando na resistência inicial que teria esse projeto se colocassem em prática, pensei a primeira vista que ninguém compraria e que seria totalmente reprovado por parte dos consumidores. Mas depois me veio outra coisa na cabeça, o que aconteceria se algum endorser resolvesse assumir o instrumento como "seu som" e adotasse o conceito? Pronto. Teria seguidores, como tudo no mundo. E é assim que nascem novas "religiões" e novos defensores diariamente.




A posição do blog quanto ao assunto é muito simples, não vamos criticar. Pois para criticar, é preciso passar pelas experiências, ter visto ao vivo e testado o instrumento, ter o prazer de fazer alguns acordes para poder sentir sua sonoridade e seu timbre, enquanto não houver essa oportunidade (e acho realmente que isso não vai acontecer tão cedo, pois é apenas um conceito e a Fender não dará continuidade nessa ideia por esses anos vindouros) não se pode emitir opiniões concretas e aceitáveis/razoáveis. É por isso, que fica aqui registrado nossa curiosidade pelo modelo, e que os professor pardais de plantão possam tentar recriar em casa. Guitarra de vidro, de plástico, transparente, MDF.. isso tudo já existe e não tem mercado, as pessoas não se interessam. E o papelão vai ter? Assistam o vídeo divulgado no Youtube:



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