quinta-feira, 27 de agosto de 2015

SRV: 25 anos da perda de uma lenda! (Parte I)


É galera, parece difícil de acreditar que hoje completam vinte e cinco anos da morte daquele que, juntamente com sua Stratocaster, era implacável em cima dos palcos: Mr Stevie Ray Vaughan. Eu sempre tive muita curiosidade de saber mais sobre aquele fatídico e trágico 27/08/1990 e pesquisando pela internet descobri algumas curiosidades sobre o local do acidente e sobre a autópsia. Eu vou dividir o conteúdo em dois posts e colocarei as fotos da tragédia, além da narrativa das últimas horas do SRV, seu último show, sua última música. Nessa primeira parte, publicarei os detalhes da autópsia e a conclusão da perícia sobre as causas do acidente. O que vou postar então é a tradução do que encontrei, com as devidas referências. 




Alpine Valley em East Troy, WI está localizado no sudeste de Wisconsin e é realmente um resort de esqui. O helicóptero que Stevie Ray Vaughan estava se acidentou na manhã de 27 de agosto de 1990, logo após o show realizado na noite anterior. A localização é quase no topo da colina de esqui, localizado para a esquerda. O palco está localizado diretamente atrás do camera man e o helicóptero decolou sobre o local onde o cinegrafista está de pé. O diagrama abaixo da foto identifica o local exato do acidente. Também estão incluídas as FAA e relatórios da autópsia da época.





Este é um diagrama que nos foi dado por um funcionário da Alpine Valley. Ele circulou a área onde os destroços foram descobertos


                                    FINAL NTSB REPORT ON THE CRASH
NTSB Identification: CHI90MA244 .
The docket is stored on NTSB microfiche number 43569.
Nonscheduled 14 CFR Part 135: Air Taxi & Commuter
Accident occurred Monday, August 27, 1990 in ELKHORN, WI
Probable Cause Approval Date: 9/11/1992
Aircraft: BELL 206B, registration: N16933
                                                                   Injuries: 5 Fatal.


Quatro helicópteros estavam sendo usados à noite para transportar um grupo de músicos no curso perto de uma área de golfe Elkhorn, WI, para Chicago, IL. Quando o terceiro helicóptero (N16933) estava partindo, manteve-se em uma altitude mais baixa do que os outros, e o piloto girou para sudeste onde aumenta o terreno. Posteriormente, o helicóptero caiu nos terrenos montanhosos sobre 3/5 do ponto de decolagem. A elevação do local do acidente era de cerca de 100 pés acima do campo de golfe e 50 FT abaixo do cume da colina. Nenhuma falha de equipamento ou avaria foi encontrado na aeronave durante a investigação. Os pilotos dos outros helicópteros relataram que as condições de voo VFR apresentavam algum nevoeiro. Uma névoa foi vista perto da área do acidente e nevoeiro/cerração de intensidade variável, com manchas de baixas nuvens, mas as testemunhas disseram que as estrelas podiam ser vistas através da neblina.


O National Transportation Safety Board determina a provável causa (s) deste acidente como segue:


Planejamento inadequado/decisão pelo piloto, e sua incapacidade de atingir ALTITUDE ADEQUADA antes de voar sobre o aumento do terreno durante a noite. Fatores relacionados ao ACIDENTE FORAM: Escuridão, Névoa, Neblina, Aumento do terreno, e a falta de pontos visuais que estivessem disponíveis para o piloto.


AUTOPSY REPORT



segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Raridade do Mês: Guitarra El Maya Stratocaster


Olá amigos, venho trazer nesse post dedicado à raridade do Mês de Agosto, uma edição produzida nos anos 70 pela empresMaya Guitar Company, responsável direta pela produção das mais belas, simples e econômicas Stratocasters já construídas em solo japonês: estamos falando, é claro, das belíssimas El Maya Stratocasters. 

Criada no Japão em meados dos anos 1970 pela Maya Guitar Company como "El Maya" para o mercado europeu e posteriormente também como "Suntech" para o mercado norte-americano, trata-se de uma guitarra muito bem construída, com notável qualidade sólida corporal (aproximadamente 4,0 kg), segundo o dono do instrumento afirmou no anúncio do Ebay: "os captadores têm mais poder do que uma Fender American Standard e simplesmente toca muito bem"!

Não se enganem amigos, apesar da aparência ela não é uma Giannini AE08s e apesar de muitos acharem que a Giannini inovou com a criação desse modelo, ela não criou nada, apenas copiou. Irei abordar esse assunto em um outro post que logo será postado ainda nesse mês de Agosto. Eu apenas não consegui descobrir a série dessa El Maya, se alguém souber por favor entre em contato ou poste uma mensagem nesse post mesmo. 


Especificações do modelo:

Nome: El Maya
Modelo: Stratocaster
Série: 
Madeira do corpo: Walnut
Madeira do braço: Maple
Número de casas: 21
Madeira da escala: Rosewood
Chave seletora: 3 posições
Configuração dos captadores: SSS
Captadores: Originais
Ponte: Original - 4 parafusos 
Controle: 1 Volume e 2 Tones
Cores: Natural
Escudo: Original preto one ply
Knobs: Originais
Tarraxas: Originais
Serial Number: --
Fabricação: Made in Japan
Ano: 1975
Fabricante: Maya Guitar Company/Gakky/Tahara



































Link

quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Amigo Strateiro: Giannini AE08s



Olá amigos leitores venho compartilhar com vocês na coluna amigo strateiro a mais recente aquisição do amigo Fernando Temporão, bem como expor sua satisfação e dividir sua experiência com o instrumento. Eu costumo fazer apenas uma vez por mês essa coluna, mas como expliquei anteriormente, eu abri uma exceção com vocês para o mês de Agosto, onde vários amigos poderão postar. 

Conforme mencionei nas outras vezes, outras pessoas também podem usar esse espaço para compartilhar informações e experiências com seus instrumentos, nada mais legal do que somar vivências. Quer que sua Stratocaster seja postada no blog? Entre em contato conosco. A única regra é: o instrumento precisa "ser strato" e o amigo precisa "ter a strato". 



Nome: Fernando Temporão
Cidade: Rio de Janeiro (RJ)
Proprietário: Giannini Strato AE08s
Serial Number: --


Especificações do modelo:

Nome: Giannini
Modelo: Stratocaster
Série: AE08s
Madeira do corpo: Pau-Ferro e Marfim (com filetes centrais e laterais de Jacarandá)
Madeira do braço: Marfim (sendo uma das peças com aspect ‘flamed’)
Número de casas: 21
Madeira da escala:  Jacarandá
Chave seletora: 3 chaves
Configuração dos captadores: SSS
Captadores: MightyMite (made in USA)
Ponte: Tipo Strato – 6 parafusos
Controle: 1 Volume e 2 Tones (meio e braço / cap da ponte não tem controle de tone)
Cores: Natural
Escudo: Original preto one ply
Knobs: Originais
Tarraxas: Originais
Serial Number: --
Fabricação: Made in Brazil 
Ano: 1984
Fabricante: Giannini



Conte um pouco da sua história com o instrumento: onde, como e quando comprou.

O desejo de ter uma AE08s era antigo. Por ser músico e na medida do possível utilizar todos os instrumentos que tenho, sou um colecionador que filtra bastante os instrumentos nacionais que compra. Por isso, eu sempre tive interesse pelos modelos superiores, mais bem acabados e com melhores madeiras e hardware feitos pela Giannini. Isso me levou a comprar basicamente baixos e guitarras feitos nos anos 60 e 70, justamente pela utilização de melhores materiais. Essa guitarra é, no entanto, uma exceção, pois foi feita nos anos 80, época em que a Giannini passou a fabricar péssimos instrumentos, de qualidade constrangedora, e essa linha “exportação – Professional Line” fugiu totalmente à regra, confeccionando belos e bem construídos baixos e guitarras. Minha caça à essa guitarra se consumou numa barbada na OLX. Ela apareceu na minha frente por 450 reais, incrivelmente bem cuidada, toda original e funcional. Pelo instrumento que é e pela raridade, acho que eu não comprei, eu ganhei essa guitarra.





Para você, o que representa ter uma Giannini AE08s?

Representa ter algo bastante incomum: uma guitarra nacional, rara, de qualidade indiscutível e de beleza quase única no Brasil. Significa ter em mãos uma parte bonita da nossa história na feitura de instrumentos de corda. É um prazer e um orgulho ter achado essa guitarra.


Como você definiria o som desse instrumento?

Gostei muito do som. Os captadores cerâmicos costumam ter um som bem gordo e aveludado, sem brilho, mas achei esses captadores da MightyMite muito bons, com bastante brilho e nitidez, tanto na ponte quanto no braço e no meio. Eles têm aquela saída bem alta, isso é bacana também porque qualquer variação de volume no amp já empurra muito o som, cria novos timbres. Achei o som dessa guitarra acima das minhas expectativas, e acho que o fato de ser uma guitarra de corpo e braço inteiriços, ajuda muito na qualidade do som e do timbre.





Qual o principal ponto forte dessa guitarra?

Em primeiro lugar a beleza. Como beleza não põe mesa, eu diria que a qualidade das madeiras, das peças e da construção são um ponto forte. Ela certamente teria um som melhor com captadores mais caros, mas o som de fábrica é muito bom. Acho que o ponto forte, resumindo, é esse: Ser uma boa guitarra com todos os seus items de fábrica, sem precisar de upgrades.

Qual o principal ponto fraco dessa guitarra?

Acho que o ponto fraco é a Giannini ter feito o buraco no corpo pra instalar uma ponte de strato com tremolo, perdendo a condição de 100% inteiriça. O projeto original tem uma ponte sem alavanca, aparafusada no corpo, evitando esse buraco.




Pretende fazer algum upgrade ou alguma modificação na guitarra?

A princípio não, gosto de manter a originalidade dos instrumentos dentro do possível. Essa guitarra já é muito boa de fábrica, a única modificação que eu acho que pode ser necessária é a troca das tarraxas caso a guitarra se torne um instrumento usual de trabalho no palco, pra segurar a afinação por um bom tempo. Mas não acho que isso acontecerá.





O que você diria às pessoas que não conhecem o modelo ou que sempre duvidaram da proposta da Gianinni em relação a qualidade e reputação desses modelos brasileiros?


Eu diria que essas pessoas têm razão em, de uma forma geral, acreditar que a Giannini faz  e fez, na soma dos anos, instrumentos medianos, medíocres. Mas diria também que, nesse panorama histórico, a Giannini fabricou instrumentos fantásticos e históricos. Então embora a generalização seja compreensível, vale garimpar e correr atrás das boas coisas que a Giannini produziu, porque são instrumentos que valem cada centavo justamente por serem muito bons e muito mais baratos que similares estrangeiros.




Fernando Temporão

terça-feira, 18 de agosto de 2015

Galeria de arte Stratocaster: Tema minha coleção


Olá amigos, é com alegria que venho a compartilhar um pouco mais das novidades que separei para o mês de Agosto, onde o oitavo mês do ano foi escolhido para abordar uma sequência de imagens do meu acervo pessoal. É bom lembrar que eu tentei juntar todas elas para fazer as fotos mas algumas ficaram faltando, em especial aquelas que estão para reforma ou customização, como é o caso da Giannini AE08s, da Fender Contemporary, da Tagima com headstock pintado e datada de 1991, entre algumas outras. Algumas pessoas me pediram para fazer um post com todos os meus instrumentos, mas enquanto ainda tiverem guitarras para reformar (pintura, troca de hardware, etc) vai ser difícil conciliar todas juntas. Além disso, os modelos não-strato não foram incluídas, achei que não iria fazer nenhum sentido incluir elas, já que o foco do blog são as Stratocasters. Então, devido a ideia sugerida por um amigo e leitor do blog, resolvi fazer essas imagens no final de semana. Uma pena que eu não tenho uma câmera que faça fotos de melhor qualidade. 

Pensando nisso, para a nossa próxima postagem da galeria especial de fotografias, segue a sequência de imagens do acervo de guitarras Stratocaster William de Oliveira. 
















Eu juro que eu tentei fazer mais fotos, mas elas saíram sem foco, desbotadas ou turvas (trêmulas) e acabei descartando. Consegui contar no total de 30 instrumentos, faltaram ainda cinco Stratocasters que estão atualmente na reforma.

Esse era um dia que estava chuvoso, eu não tinha nada para fazer e resolvi dar uma geral no meu quarto, tirei todas elas para a sala e com a ajuda de minha noiva Larissa Venzke (que é grande colaboradora) limpei uma por uma delas, então fiz as fotos!

Eu já tinha feito e postado no mês de Setembro de 2014 um vídeo com parte da coleção que vocês podem acessar aqui:

http://guitarrasdeumstrateiro.blogspot.com.br/2014/09/video-uma-pequena-parte-da-colecao.html

PS: Achei essas outras fotos no meu computador, foi a algum tempo atrás que tirei o registro delas no meu quarto, vocês podem identificar a Giannini AE08s e a Squier ainda sem hardware que vendi para o Erich Von Farah que não estava nas fotos postadas acima.













 



Abraços

William de Oliveira

quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Vende-se: Tagima Stratocaster T635


Olá amigos, dando continuidade ao nosso espaço de vendas no blog, trago o exemplar de uma Tagima Stratocaster, conforme o anúncio do vendedor, uma oportunidade para quem procura um instrumento bem construído com o melhor custo x benefício do mercado das Stratos nacionais. Além disso, está muito bem conservada e surpreende a beleza desse instrumento! Está certamente entre as Tagimas Stratocasters mais bonitas que já vi. Valor de R$ 800,00 Reais, a guitarra encontra-se em Pelotas/RS. Olhem essas fotos:


Especificações:

Nome: Tagima
Modelo: Stratocaster
Série: 635
Madeira do corpo: Marupá
Madeira do braço: Marfim
Escala: Marfim 
Corpo - Shape: Stratocaster
Número de casas: 22
Headstock: Big Head
Neck Plate: Standard 4 furos
Configuração dos captadores: S/S/S 
Captadores: Originais cerâmico
Chave seletora: 5 posições
Controle: 1 Volume - 2 Tone
Cores: C.A.R
Ponte: Vintage Style - 6 parafusos
Tarrachas: Originais
Escudo e Knobs: Escudo White com Knobs White/Vintage 
Fabricação: Made in Brazil
Ano: 200?
Fabricante: Tagima
Período de Fabricação: 2000 / 2004













O contato também poderá ser feito pelo link do perfil do Facebook:

Leonardo Soares 

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Amigo Strateiro: Giannini Stratosonic


Essa é para os amantes de guitarras brasileiras vintages, uma Giannini Stratosonic anos 90 das mais bonitas que já vi. Lembrando a todos que eu decidi fazer uma maratona de posts da coluna amigo Strateiro em razão da procura ter aumentado pelo blog, é uma forma de celebrar os 100 mil views que atingimos hoje na data de 10/08/2015.

Vocês também devem lembrar que convidei para o mês de Agosto o amigo Allan Richards, proprietário de outra nacionalíssima Giannini StratoSSonic Made in Brazil. (O modelo dele do final dos anos 80 trazia como característica os dois SS, já nessa de meados dos anos 90 o Stratosonic voltou a ter apenas um "S" voltando ao padrão original da escrita da Stratosonic dos anos 70, quando o modelo foi lançado).

Conforme mencionei nas outras vezes, outras pessoas também podem usar esse espaço para compartilhar informações e experiências com seus instrumentos, nada mais legal do que somar vivências. Quer que sua Stratocaster seja postada no blog? Entre em contato conosco. A única regra é: o instrumento precisa "ser strato" e o amigo precisa "ter a strato". 


Nome: Fabricio Souza Barbosa
Cidade: Rio de Janeiro/RJ
Proprietário: Giannini Stratosonic
Serial Number: --


Especificações do modelo:
Nome: Giannini
Modelo: Stratocaster
Série: Stratosonic
Madeira do corpo: Cedro
Madeira do braço: Marfim
Número de casas: 21 casas
Madeira da escala: Pau ferro
Chave seletora:
Configuração dos captadores: SSS Captadores:
Ponte: Vintage Style – 6 parafusos
Controle: 1 Vol e 2 Tones
Cores: Fiesta Red 
Escudo: Original branco one ply
Knobs: Vintage White
Serial Number: --
Fabricação: Made in Brazil 
Ano: 199?
Período de fabricação: 1992 / 1995
Fabricante: Giannini







Conte um pouco da sua história com o instrumento: onde, como e quando comprou.


A guitarra primeiramente chegou até a mim para uma reforma em Julho do ano passado. Veio de longe; interior do Rio, e o dono fez questão de traze-la pessoalmente. Me disse que havia ganho de um amigo que deixou abandonada em um porão por anos e queria reforma-la. Estava horrível, muito suja, com ovos e filhotes de barata dentro, as ferragens oxidadas, os trastes muito gastos, a maioria com buracos, sem potenciômetros, knobs, literalmente um lixo, mas assim que bati os olhos naquele Fiesta red foi paixão à primeira vista, não só pela cor mas sabia que tinha em mãos uma guitarra muito boa, venho estudando essas guitarras já uns anos, daí depois de alguns dias ela estava pronta, linda, limpa e bem cuidada. Pude comprovar o que já sabia, era uma guitarra especial.




No ato da entrega disse ao dono que se um dia fosse vender eu seria o primeiro da fila, que seria o primeiro a comprar. Um ano depois ele me retorna com uma proposta, tinha uma violão com um valor sentimental muito grande e precisava também reformá-lo, o violão como estava acabadíssimo, e ele sabia que sairia bem caro, resolveu me oferecer a guitarra em troca, lógico topei na hora, a guitarra estava impecável como eu havia deixado um ano antes, reguladíssima, foi só ligar e tocar.



A quem quiser ver como foi feita a reforma da guitarra segue o link abaixo:


Para você, o que representa ter uma Giannini Stratosonic?

Sempre fui fã de Stratocaster, acho um modelo de guitarra bem bonito e confortável além de ser bem versátil, também sou fã de música brasileira dos anos 60 até os 90 e sei que a Giannini foi responsável por fazer muito moleque na época sonhar. Muita gente queria montar suas bandas da garagem influenciados, ou não, pela tropicália, muita banda de baile tocava com Giannini, é muita história envolvida em um instrumento nacional.




Desde que tive minha primeira Stratosonic AE08 1977 pude sentir um pouco dessa história nas mãos, não tinha um padrão de qualidade como hoje em dia muitas marcas têm, muita coisa era feita à mão, e pra mim isso tem mais valor do que qualquer coisa feita por máquinas, cada guitarra é única, os escudos por exemplo eram bem tortos. Apesar de ser uma marca que tem hoje 115 anos, naquela época era tudo muito recente ainda, possuo algumas aqui que já existiam quando eu nem tinha nascido, Imagino por onde elas já passaram, ou pelas mãos de quem até chegar nas minhas mãos. Ter uma Giannini Stratosonic é como colecionar sonhos. 





Como você definiria o som desse instrumento?


Essa Fiesta red foi feita pela Giannini em uma época, se não, nos mesmos anos que a Giannini produziu um lote de 5 mil guitarras para a Fender, a linha chamada Southern Cross, segundo o próprio Carlos Assale, responsável por essas guitarras.

Já por esses anos, a empresa já tinha uma padrão de qualidade melhor, existiram safras boas e safras ruins, e essa com certeza foi uma das melhores. Corpo em Cedro da melhor qualidade, não sendo peça única, braço em marfim e escala em pau ferro, o que equilibra muito o som do Cedro que já é um pouco mais gordo, a escala foi uma ótima escolha. É uma verdadeira Stratocaster com um som bem característico, limpo, com brilho e estalado, mas sem perder os médios e graves por conta do cedro. A captação em alnico com saída bem alta, imagino algo em torno de 7k.



Qual o principal ponto forte dessa guitarra?


O acabamento, corpo e braço; é tudo muito bem construído, o shape do braço é perfeito,, pegada suave, pega regulagem muito bem, As madeiras foram muito bem escolhidas, e até a pintura mesmo com algumas pancadas dá pra ver que foi bem feita.


Qual o principal ponto fraco dessa guitarra?

Quando uso a alavanca ela desafina um pouco. Ainda não troquei as cordas, mas quando peguei cortei um pouco do excesso que tinha, melhorou um pouco a afinação. Ela está regulada com .009 e nas minhas outras uso .011, acho que vibram menos e posso deixa-las bem baixinhas sem trastejar, ainda mais por que acostumei tocar sem palheta.


Pretende fazer algum upgrade ou alguma modificação na guitarra?

Não, costumo deixar todas as minhas guitarra originais, essa está em um estado excelente, as ferragens são bem modestas.
O que você diria as pessoas que não conhecem as Stratosonics ou que sempre duvidaram da proposta da Gianinni em relação a baixa qualidade desses modelos brasileiros?
O pessoal tem muito preconceito com instrumentos nacionais, alguns falam mal mas nunca tocaram mais do que 3, ou talvez tenham pego uma não muito boa, já tem aqueles que nunca tocaram, mas diz que é ruim por que leu por aí. Eu por sorte todas que tenho são bons, A Fiesta red está entre as melhores. Se nós mesmos não valorizamos o que temos aqui, a coisa não vai pra frente nunca. O próprio Robert Plant do Led Zeppelin tem uma craviola 12 cordas, por exemplo, o maior sucesso do 4 Non Blondes foi gravado com uma igual, e já vi muita gente aqui falando mal dos mesmo instrumentos. Falam mal de instrumento nacional mas pagam caro em Fender chinesa pra dizer que tem uma, inclusive já peguei algumas e comparei com as Stratosonics e afirmo com total certeza, não perde nada pra uma Fender.




Fabricio Souza Barbosa