quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

2014 - Mensagem de final de ano!


Galera, venho através desse post agradecer aos mais de 20,000 acessos que o blog atingiu nesse período de 9 meses com 40 postagens (comecei a postar em Março de 2014) e dizer que me sinto feliz por poder compartilhar e facilitar o acesso a todas as informações dos instrumentos que fazem parte (hoje) do meu acervo. Foi um ano interessante, de boas aquisições, construção de novas amizades e todo o trabalho de organizar parte do acervo e reunir todas as informações disponíveis no blog, que confesso, teve uma repercussão muito maior do que eu imaginava. Claro que é só o começo, ainda tenho a vontade de poder gravar (áudio e vídeo) cada um desses instrumentos e poder mostrar aos amigos cada timbre.. cada peculiaridade.. as principais características do som que cada uma dessas stratos consegue tirar, uma análise técnica e real do que emana desses instrumentos, minha ideia é transformar esse blog em uma fábrica de timbres e assim tornar mais rico e interessante para que não caia na zona de conforto e achar que desse jeito está bom ou suficiente. Claro que tudo isso demanda um custo e por isso terei que me preparar para fazer as gravações, pois não adiantaria de nada postar um vídeo onde não houvesse qualidade sonora suficiente para se ter uma ideia do real potencial de cada instrumento. Também vou abrir um espaço extra em 2015 para outros tipos de instrumentos, é claro que jamais vou deixar de abordar o tema principal do blog, as stratocasters, mas acho legal que tenha um espaço para compartilhar minha experiência com outros instrumentos antigos.. tudo de preferência guitarras vintages. 


Para 2015, espero repetir a maioria dessas experiências que tive nesse ano.. fazer novas amizades e dar boas risadas (muitas pessoas acessaram o meu blog e foram me procurar no facebook), poder compartilhar minhas experiências com esses instrumentos e cada vez mais reunir novas informações ao banco de dados do blog, além é claro, de poder garimpar muitas e muitas velharias.. stratos que estejam jogadas nesse mundo à fora.. sem o menor carinho, atiradas ou desvalorizadas por aqueles que não têm o menor desejo de manter o estado de conservação. 

Desejo a todos um ano de novas realizações, musicalmente favorável a novas descobertas, experiências e aprendizagens. Que possamos garimpar e ir atrás da guitarra perdida.. do Santo Graal dos instrumentos vintages nacionais ou importados.

Um abraço a todos os amigos que curtiram o blog e feliz 2015!


William Martins de Oliveira

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Custom Stratocaster - Frankeinstrato

#022

Olá galera, para o exemplar de número 22 apresento uma Frankeinstrato, customizada pelo meu pai. O braço é de uma Tagima anos 90, o corpo ainda não sabemos a procedência. PS: Prometo que esse waterslide "Fender" será removido assim que possível.


Especificações:

Nome: Frankeinstrato
Modelo: Stratocaster
Série: Carinhosamente apelidada de "pau velho"
Madeira do corpo: ?
Madeira do braço: Marfim
Escala: Marfim
Corpo - Shape: Stratocaster
Número de casas: 22
Headstock: Big Headstock
Neck Plate: Standard 4 furos
Configuração dos captadores: S/S/S
Captadores: Alnico
Chave seletora: 5 posições
Controle: 1 Volume - 2 Tone
Cores: Green Cannes (Ano 1993)
Ponte: Vintage - 6 parafusos
Tarraxas: Condor com trava
Escudo e Knobs: Escudo mint green com Knobs brancos
Fabricação: Made in Brazil
Ano: 199? 
Fabricante: 
Período de Fabricação:

Avaliação do Blog:


Braço: B-

Corpo: B-
Headstock: B-
Tocabilidade: B-
Hardware: C+
Captadores: A-
Construção: B+
Timbre: B+
Acabamento: A-
Madeiras: B-
Histórico: B-

Avaliação de Mercado:


Sem avaliação









terça-feira, 2 de dezembro de 2014

A arte da picaretagem: Tutorial de como comprar uma guitarra de um cliente no Mercado Livre ou FaceBook


Olá amigos, aqui vou escrever a parte II da picaretagem dos caras. Não foi difícil reunir todas as artimanhas deles, pois está tudo muito bem explícito, basta que vocês mesmos procurem na internet. Os caras nunca perdem.


  • Squier = Você já conhece Squire e já vendeu várias, ressalte que foi feita na coréia ou na china e que por isso não tem mercado, ofereça 30% do valor real do instrumento e convença que o cliente está fazendo ótimo negócio se livrando da guitarra para pegar outro instrumento melhor [de preferência seu... claro]; Se ele reclamar, aumente para 40% e ele vai sair convicto que você foi um "pai" para ele na negociação.

 Quando esses caras aparecem para negociar e nós oferecemos a nossa guitarra, é incrível o quanto ela desvalorizou da noite para o dia. Misteriosamente, nossa guitarra não vale mais nada, mas eles justificam que precisam ter uma "margem de lucro". Nós entendemos isso, só não queremos ser explorados. Assim é fácil triplicar os equipamentos em um ou dois meses.


  • Tagima: Diga que existem várias delas à venda no M.L e que você só pega se for com preço baixo, para poder revender barato [depois que o instrumento for seu, coloque o preço que quiser... claro] além disso, justifique que guitarras em Marupá (vulgo caixeta) tem menos mercado;

 Sua Tagima agora não vale nada. Mas quando você comprou ela do mesmo vendedor, ela era quase uma Fender, estranho né? Feita a mão pelo próprio Seiji Tagima!


  • Mal conservada = Diga que o preço do instrumento do seu cliente cai 50% por causa disso. Convença o mesmo disso. Está arranhada, suja, cagada e terá que refazer a pintura e refinish do braço. [Depois que for seu, anuncie como “vintage” e ganhe dinheiro];

 Que estranho, quando comprei era "Vintage", agora ela não vale mais nada?


  • Década de 90 = Isso não significa nada para você, é apenas década de 90.

 Claro, o vendedor não vai valorizar ela nunca mesmo. O fato de ter mais de 20 anos pode até prejudicar em algumas negociações, basta o vendedor dizer que só trabalha com instrumentos novos. Pronto! Cliente se desesperando em 3..2..1..Em último caso, se houver resistência do cliente, diga a mentira que o termo vintage só é aceito pelos colecionadores se o instrumento for da década de 80 para trás kkk


  • Seu cliente diz que existem outros caras interessados que avaliaram melhor seu instrumento = Deseje boa sorte e então vire as costas.

Nesse caso tem vendedor que realmente parece estar "cagando e andando". Na verdade, ele está pensando em uma forma melhor de enrabar você. [hahaha]


  • Chinesa = Ofereça 20% do valor de mercado e justifique que é chinesa [óbvio], nesse caso, diga que você já vendeu o mesmo instrumento e que o mesmo tem mais lâminas que a bolacha Wafer que você está comendo nesse momento.

Agora que você comprou uma Guitarra chinesa, falsificada, gastou com captadores, tarrachas e com uma ponte melhor para tentar deixar ela mais "tocável" e viu que ela continuou uma guitarra falsificada, vai perder dinheiro. 


  • Seu cliente aplicou decalque no headstock = Perdeu a originalidade e por isso ninguém vai querer o instrumento.. aconselhe o mesmo a usar a madeira para lareira no inverno e por isso você não tem o menor interesse, deixe o mesmo se desesperar e depois ofereça 30% ou nem isso do valor real do instrumento.

Nesse caso o vendedor dirá que sua guitarra só não é um saco de lixo porque não está no lixo. [hahaha] Depois disso, ele vai fazer uma oferta. Você vai ver. E nela, vai tentar novamente enganar você.

  • Fender Mexicana = Deve ressaltar o fato que existem várias a venda no Mercado Livre e que não tem tanto mercado como o proprietário do instrumento pensa. Além disso, você já deve ter visto a publicação em outro blog onde mostra a fábrica mexicana construindo os corpos dessas stratos em Alder com 5 ou 6 blocos de madeira. Nesse caso você só pega se for com preço baixo, para poder revender barato [depois que o instrumento for seu, coloque o preço que quiser... claro] :) 

Nesse caso, se você está pensando em pegar uma guitarra melhor mas não tem 100% do dinheiro, mas o vendedor sabe que você tem uma Fender Mexicana e resolveu convencer você a por ela no negócio, muito cuidado! Não deixe o mesmo desvalorizar a sua guitarra. Se ele ofereceu menos do que você acha justo, sempre desconfie!

  • Seu cliente substituiu um potenciômetro = Convença de que a guitarra perdeu a originalidade, deixe o mesmo se desesperar e ofereça 60% do valor do instrumento.

Qualquer investimento que o cara tenha feito não será nunca valorizado pelos caras, é impressionante. 


  • Na troca, convença o cliente de que o mesmo saiu ganhando, pois adquiriu um instrumento melhor, e você, o pior.  Tenha boa persuasão: com o tempo você desenvolve sua habilidade de convencimento. 

Nesse caso ele irá fazer você pensar que saiu ganhando, mas não seja trouxa. Ele sempre vai sair ganhando!!


William de Oliveira

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

A arte da picaretagem: Tutorial de como vender uma guitarra no Mercado Livre ou FaceBook


Olá amigos, o tutorial a seguir foi feito para dois tipos de pessoas : o primeiro tipo, aquele vendedor que quer aprender a enganar as pessoas e usa esse tipo de persuasão barata, o segundo e mais importante, para informar cada vez mais as pessoas para que não sejam persuadidas ou enganadas por esses tipos que estão cada vez mais aparecendo. Vejo constantemente esses caras tentando vender seus instrumentos de uma forma mascarada.. é o famoso "gato por lebre". E o pior que eu venho acompanhando alguns caras a bastante tempo.. o que mais me impressiona foi que em dois ou três anos o acervo deles de instrumentos, pedais, amps, pedaleiras..etc.etc..etc.. se multiplicou. É amigos... acho que enganar nunca deu tanto resultado.
  • Squier = Anuncie como Fender. Alegue ter a mesma madeira ou o mesmo acabamento e construção [mesmo que não tenha], afirme que já testou e apresenta o som “estalado de Fender”;

 Isso aparece bastante por aí, motivado por minúsculas letras "Fender" que aparecem no headstock das Squier, o pessoal usa bastante esse argumento aí para vender a guitarra.


  • Tagima = Para você é quase uma “Fender com headstock anos 70”. “Das antigas”, “única” e claro... "Vintage";

 Alguns vendedores acham que tem em casa uma Fender e, para justificar o logo Tagima no headastock, dizem que não existe absolutamente nenhuma diferença, alguns até acham que a madeira brasileira é melhor que a americana.  Vamos deixar bastante claro uma coisa: pelo fato de você ter uma Stratocaster da Tagima, anos 90, não a tornará nunca uma Fender, ok?

  • Mal conservada = Vintage, “única no Mercado Livre”. É preciso convencer que a guitarra sucateada, suja e mal conservada se torna a galinha dos ovos de ouro, qualquer arranhão ou pancada que a coitada tenha levado se tornará "relic". 

Aqui os caras se superam. A guitarra ruim e sucateada ganha misteriosamente prestígio e glamour: "Vintage". 

  • Década de 90 = Raridade, tem mais de 20 anos o instrumento e o som é melhor, “única” no mercado livre, ou como muito eu já li nesses anúncios: "madeira seca";

 Existem aqueles que por sua guitarra ser da década de 90, pronto! Mais ninguém tem! Inclusive, alguns vendedores de Fender também fazem isso. Os caras pegam uma Fender Mexicana da década de 90 e colocam por R$3000,00. Essa guitarra é rara!

  • Apareceu o 1º interessado em negociar com você = Diga para que o mesmo se apresse, pois outro cliente já deu como certa a compra até o final da semana.. e que vai pagar à vista em dinheiro;

 Essa eu já fui vítima várias vezes hahaha. Você demonstra interesse em adquirir o item e pronto! Misteriosamente surgem milhares de interessados. É melhor você correr, pois outra pessoa já fez uma proposta melhor que a sua e nessas alturas já virou leilão. Tudo uma grande mentira!

  • Fender/Ibanez Chinesa = Convença o cliente: “se você trocar o hardware, ficará igual a original”;

Aqui entra a arte da persuasão pura. O instrumento é um lixo? Sim. Madeira e acabamento ruins? Ok, nós  resolvemos para você: compre nossa ponte Wilkson e tarrachas Gotoh, ficará igual a original!! Ahhh que raivaaaa, não amigos, não ficará nem parecida com uma guitarra original!
  • Aplicou decalque no Headstock = Foi customizada; 

Se o headstock foi refeito e trocaram o logo, não tem o menor problema, a guitarra foi customizada e isso só valorizou.
  • Fender Mexicana = Use os famosos bordões “Fender é Fender”, “som estalado”, "guitarra para quem conhece" e diga que não perde absolutamente nada para a Fender americana;

 Aqui é feita a comparação. Muitas vezes deverá será dito "Já tive uma strato Fender americana amigo, e essa mexicana dá um pau nela.. é até melhor". 
  • Substituiu um potenciômetro = Foi customizada com “Gotoh”; 

Sendo assim, a guitarra ficará mais cara. Óbvio, está "customizada", deu um "upgrade". 
  • Na troca, você nunca perde. Se o cliente não quiser dar nenhuma volta em dinheiro ou a negociação não envolver dinheiro, não troque. 

Claro, deixe o comprador ficar desesperado para ter o instrumento, ele vai inclusive vender as cuecas para poder pagar pelo item.


É amigos, essas estratégias são facilmente encontradas nos sites ou grupos de vendas de instrumentos musicais, esteja esperto para não cair em nenhuma delas! Logo postarei a parte II.



William de Oliveira

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Meu testemunho: o dia que enterrei minha guitarra


Sabem o guerreiro quando se cansa da guerra e decide guardar sua espada? Assim fiz. Mas naquele período negro de minha vida, não era uma espada, mas sim minha guitarra. Eu tinha uma banda. Na banda estavam reunidos alguns de meus melhores amigos, no vocal e guitarra base tínhamos o Junior, no baixo o Elton e na bateria o Juliano, por motivos que contradiziam minha história na música e minha cabeça de adolescente com 17 anos eu decidi sair dessa banda.





Na época eu usava uma Golden LP emprestada do Junior ou qualquer outra guitarra que fosse melhor que a minha simples Samick Stratocaster que apresentava vários problemas (mal contato na chave seletora), além de não segurar a afinação.






Também usava uma Tagima Stratocaster em 2002/2003 emprestada do Elton, guitarra que curiosamente eu adquiri desse grande amigo no ano de 2014, mais de dez anos depois de ter usado na festa de aniversário do próprio Junior. Pelo que eu me lembre, nessa época nós só sabíamos tocar "Fade to Black" do Metallica e "Wasting Love" do Iron Maiden kkkk.






Tagima Strato adquirida no meio desse ano, instrumento escalopado de fábrica, customizado com dois captadores Dimarzio HS-3 pelo próprio Elton, primeiro e único dono da guitarra.






Um tempo depois comprei outra guitarra, instrumento que utilizei por um tempo em minha segunda banda. Novas experiências, novas frustrações. Peguei minha guitarra, uma Jackson made in Japan cor vinho, modelo JSX customizada com captadores Dimarzio Evolution e guardei em seu case. Melhor dizendo, eu enterrei a guitarra. Assim encerrou um período de dedicação e amizade com o instrumento musical que preenchia tudo, ou quase tudo em minha vida: preenchia minha solidão, minha carência afetiva, era o que eu fazia em dias felizes quando tocava em comemoração por algo bom ou quando em dias tristes eu descansava minha mente sobre as seis cordas daquela Jackson, onde as horas pareciam minutos quando eu estava com ela, onde os dias se pareciam pequenos em sua compania. 





Cinco anos se passaram sem eu tocar um dedo em minha guitarra. Estranho, muito estranho, para mim que desde os 12 anos de idade tinha encontrado um motivo para aliviar as tensões e angústias da adolescência, a guitarra me acompanhava em qualquer coisa que eu fazia, ou melhor dizendo, em qualquer coisa que eu sentia. A prática era constante, posso dizer que eu chegava da escola meio dia, almoçava tentando equilibrar o prato da comida em alguma coisa que não fizesse eu desgrudar de minha guitarra.... e assim era durante todas as tardes. Não sei dizer se naquele momento a decisão foi consciente, mas a minha frustração era tão grande que eu sabia o que eu queria, e naquele momento, eu não queria mais tocar a minha guitarra, simplesmente não tinha mais vontade. Às vezes eu sentia despertar um desejo, abria o case onde estava guardade a "espada", e ficava admirando sua beleza, as lembranças eram muitas, mas eu não sabia mais se era possível recomeçar. Na época, eu tinha um amplificador muito velho e que havia queimado seu fusivel em uma das minhas últimas participações na banda durante um ensaio, mandei ele para a casa de meu pai, que fica em outra cidade de onde moro, e lá permaneceu guardado em uma garagem. [Está lá até hoje]. 






Também tinha na época uma pedaleira da Digitech RP20, valvulada, que deixei encostada em meu guarda roupa, pegando pó. Os cabos que eu usava para as ligações, todos quebraram com o tempo, não havendo mais utilidade. A guitarra, por mais que estivesse guardada em seu case, também sofreu com a ação do tempo. As cordas enferrujaram, ou melhor dizendo, "envelheceram". Os dias passaram, fiz faculdade nesse tempo e aprendi muitas coisas, inclusive a superar problemas e aprender com os erros do passado. O tempo de reconstruir havia chegado, mesmo que eu não soubesse por onde começar. Como eu ainda era estudante de graduação e minha bolsa de pesquisa na faculdade era pouca, eu não tinha dinheiro para quase nada, e não dava para comprar um amplificador. Sim, eu precisava de um caso quisesse recomeçar a tocar. Foi então que com R$ 80,00 Reais comprei um fone de ouvidos na Stúdio Cds, loja tradicional aqui em Pelotas/RS. Em casa, logo conectei na pedaleira e tirei a "espada" que estava enterrada. Como eu ainda não estava pronto para voltar a tocar, em alguns dias eu atirei os fones em um canto e voltei a guardar a guitarra. Foi minha primeira tentativa, mas as dificuldades haviam me dominado, parecia que eu não tinha forças suficientes para voltar a tocar. Me lembro que estávamos no ano de 2009, um paciente meu na época que também gostava de tocar me perguntou qual era a guitarra que eu tinha, e para minha surpresa, eu não me lembrava mais nem do nome JACKSON. Fiquei com vergonha de mim mesmo, por não saber mais nem a marca da guitarra que eu tinha, por tanto tempo que ela permaneceu enterrada, eu havia me esquecido. 






Consegui juntar dinheiro de presente de aniversário com um pouco do meu salário e comprei um amplificador pequeno, ideal para estudo, era um Fender Frontman 15R, ou como melhor definiu um guitarrista e amigo meu Márcio, o "abelheira", por seu característico ruído e chiado.  Tamanha foi minha reação quando percebi que eu não conseguia mais fazer as mesmas coisas que eu sabia fazer na guitarra. Eu havia perdido a minha velocidade, qualquer solo que eu tentasse fazer, era em vão. Apenas alguns acordes e a certeza de que tudo estava "intacto" em minha memória, mas eu não sabia mais tocar. A dificuldade era em não sentir dor em minhas mãos, que estavam já cansadas por não conseguir mais praticar com minha espada. O que eu fiz? Não desisti.  Com o passar do tempo eu já estava dando continuidade em minha carreira profissional, não tinha muito tempo para praticar, mas eu não ficava um dia mais sem pegar minha guitarra, nem que fosse por dez minutos.






Comecei a comprar alguns pedais de efeito da Boss, por serem baratos e por me motivar a montar um set, logo eu que sempre preferi as pedaleiras. É claro que com o passar do tempo a gente aprende que os pedais Boss não são considerados top de linha para quem quer melhorar seu timbre, ainda que algumas modulações ainda considero bem interessantes, como é o caso do meu Chorus japonês Black Label CE-2.






Depois disso, eu já estava preparado para a "guerra", nunca mais fiquei sem tocar minha guitarra. Atualmente, conto com 29 guitarras em minha coleção e alguns pedais em meu set. Minha preferência claramente é pela Fender, mas eu também tenho uma Ibanez Radius pré Satriani 1992, Custom Made,  Made in Japan. 






O que aprendi nesses anos todos é, independente dos problemas que aparecerem em minha vida, lá estará ela: minha guitarra. Os cinco anos em que larguei o hobby foram talvez os mais difíceis, olhando para trás, até eu me questiono como eu consegui ficar tanto tempo sem fazer o que eu gostava de fazer. Talvez eu estivesse em luto, não sei dizer com certeza, mas sei que aprendi: é impossível viver sem a música. Ela me da um grande suporte em combater as dificuldades, me alivia o estresse e ainda me ajuda a seguir em frente. É isso pessoal, espero ter passado alguma coisa para vocês com a minha história! Abraços.







William de Oliveira


quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Pau-Marfim: Especificações técnicas e curiosidades sobre a madeira


Pau-Marfim é um nome usado para indicar pelo menos duas variedades de madeiras, oriundas da árvore Agonandra brasiliensis e, menos frequentemente,  Balfourodendron riedelianum, que também é conhecida por Farinha Seca. O pau-marfim é uma espécie longeva, pertencente ao grupo sucessional secundária tardia (Durigan & Nogueira), freqüente em capoeirões e em floresta secundária, podendo surgir também em pastagens e, nesse caso, apresenta comportamento de espécie antrópica. As principais regiões fitossociológicas onde ocorre o pau-marfim são Floresta Estacional Semidecidual, formação Submontana e Floresta Estacional Decidual. Entretanto, essa espécie pode ser encontrada, em menor freqüência, na Floresta Ombrófila Mista (Floresta com araucária) e Floresta Ombrófila Densa, no alto da bacia do rio Ribeira. O pau-marfim é uma planta hermafrodita, cuja polinização possivelmente é feita por insetos pequenos (Morellato, 1991).  

Os frutos são disseminados pelo vento e apresentam grande dispersão (Eibl et al.,1990). A floração e a frutificação se iniciam quatro anos após o plantio em solos férteis, mas, em regeneração natural, esse processo ocorre por volta dos quinze anos de idade (Durigan et al., 1997). Observou-se que o ciclo reprodutivo, compreendendo floração e frutificação, ocorre em períodos distintos nos Estados de São Paulo, Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina e Minas Gerais. De agosto a dezembro ocorre floração no Paraná, de setembro a janeiro, em São Paulo, de setembro a fevereiro, no Rio Grande do Sul, de outubro a janeiro, em Santa Catarina e de março a abril, em Minas Gerais. Nesses Estados, a frutificação se dá entre maio e setembro, em São Paulo, em junho, no Rio Grande do Sul, de junho a outubro, no Paraná e de novembro a dezembro em Minas Gerais (Carvalho, 1994).

O pau-marfim ocorre sob os tipos climáticos subtropical úmido, subtropical de altitude, e temperado úmido. A precipitação anual média é de 1.000mm (São Paulo) a 2.200mm (Santa Catarina), sendo que na região Sul, exceto para o norte e noroeste do Paraná, as chuvas são uniformemente distribuídas ao longo do ano e, nas regiões Sudeste e Centroeste, são periódicas e concentradas no verão. O pau-marfim é uma espécie exigente, pois ocorre em solos de alta fertilidade química, profundos, bem drenados e com textura variando de franca a argilosa. Porém, tolera solos úmidos e pedregosos. durabilidade natural dessa madeira é baixa para apodrecimento e ataque de organismos xilófagos, devendo ser descascada, serrada e estaleirada logo após o corte. Contudo, a baixa resistência pode ser amenizada, pois essa madeira é permeável aos tratamentos preservantes, em autoclave. Trata-se de uma madeira flexível, podendo ser serrada e trabalhada sem dificuldade. A madeira de pau-marfim pode ser usada para fabricação de móveis de luxo, molduras, guarnições internas, portas, artefatos domésticos, peças torneadas, laminados decorativos, tacos para assoalhos, carpintaria e marcenaria em geral (Lorenzi, 1992). Os preços da madeira laminada de pau-marfim no mercado atacadista da Grande São Paulo foi cotado em R$10,58/m², em maio de 2005 (Florestar Estatístico, 2005).

Nome Científico: Balfourodendron riedelianum (Rutaceae).   
CaracterísticasQuando adulta, a árvore atinge entre 6 a 20m de altura e diâmetro (DAP) entre 30 a 50 cm. Em alguns casos pode atingir 35 m de altura e 100 cm de DAP. Seu tronco é reto e cilíndrico, algumas vezes levemente tortuoso, apresentando fuste de até 15 m de altura. Perde as folhas durante a estação seca, pois trata-se de uma essência caducifólia. Contudo, supõe-se que esta espécie apresenta diferentes ecotipos porque freqüentemente são encontrados indivíduos com folhagens, mesmo em estação de descanso fenológico (Gartland & Salazar, 1992). A copa é, geralmente, larga e arredondada, com ramificação racemosa. Porém, podem ser também observados indivíduos com copas irregulares e achatadas (Carvalho, 1994). A casca externa é cinza a parda-acinzentada, com textura variando de lisa a áspera e repleta de lenticelas branco-amareladas, distribuídas longitudinalmente. Na casca externa verificam-se ainda cavidades de 2 a 3 cm de diâmetro, que se desprendem, sendo estas características da espécie e importantes para sua identificação. A casca interna possui coloração esbranquiçada, é dura e apresenta textura arenosa (Carvalho, 1994). As folhas são compostas trifoliadas e apresentam disposição oposta. O pecíolo mede de 3 cm a 12 cm de comprimento, com folíolos de lâminas elípticas e subglabras que medem de 5 a 12 cm de comprimento por 2,5 a 4,5 cm de largura. Em regeneração natural os folíolos podem atingir até 20 cm de comprimento, sendo, em todos os casos, o central maior que os laterais e com pontos pretos e domáceas nas axilas. Pode-se observar pontos translúcidos nas folhas e, freqüentemente, manchas fúngicas douradas (Carvalho, 1994). As flores são bissexuais, de coloração branco-amarelada, medindo de 2 a 3 mm de comprimento e se dispõem em panículas de 5 a 10 cm, bastante ramificadas. O ovário apresenta quatro carpelos e quatro lóculos, com duas séries de óvulos cada (Carvalho, 1994).
Os frutos são do tipo tri-sâmara, indeiscentes, lenhosos, coriáceos, secos e com quatro asas grandes, verticalmente radiadas. Possuem coloração verde quando ainda são imaturos e amarela a acinzentada quando maduros. Os fruto apresentam dimensões de 5 a 25 mm por 20 a 25 mm.(Silva & Paoli, 1996).
As sementes são elipsóides, bitegumentadas e ricas em substâncias lipídicas, que se acumulam nos cotilédones. Podem medir até 9 mm de comprimento, sendo encontradas de uma a quatro por fruto. Em caso de aborto, os lóculos são encontrados vazios (Carvalho, 1994).
Locais de Ocorrência: Encontrada naturalmente no Brasil, Argentina e Paraguai. No Brasil, a área de ocorrência natural do pau-marfim envolve os Estados de Minas Gerais, Paraná, Esírito Santo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo e Mato Grosso do Sul, compreendendo latitude de 20º S (Minas Gerais) a 29º 40’ S (Rio Grande do Sul). Ocorre em altitudes de 70 a 1.100 metros.
Madeira: Madeira pesada; cerne branco-palha-amarelado, escurecendo para amarelo-pálido, uniforme; alburno aparentemente não demarcado, branco levemente amarelado; grã irregular à revessa; textura fina; superfície lisa ao tato e medianamente lustrosa; cheiro imperceptível; gosto levemente amargo.
Aspectos Ecológicos O pau-marfim é uma espécie longeva, pertencente ao grupo sucessional secundária tardia (Durigan & Nogueira, 1990), frequente em capoeirões e em floresta secundária, podendo surgir também em pastagens e, nesse caso, apresenta comportamento de espécie antrópica. 
As principais regiões fitossociológicas onde ocorre o pau-marfim são Floresta Estacional Semidecidual, formação Submontana e Floresta Estacional Decidual. Entretanto, essa espécie pode ser encontrada, em menor freqüência, na Floresta Ombrófila Mista (Floresta com araucária) e Floresta Ombrófila Densa, no alto da bacia do rio Ribeira (Carvalho, 1994).
Durabilidade: A madeira de Pau-Marfim, segundo observações práticas a respeito de sua utilização, é considerada de baixa resistência ao ataque de organismos xilófagos. Quando enterrada apodrece rapidamente.

Referências utilizadas:







terça-feira, 11 de novembro de 2014

Cedro Rosa: Especificações técnicas e curiosidades sobre a madeira


O cedro-rosa, também é conhecido como acaicá, acajá-catinga, capiúva, cedro-amarelo, cedro-batata, cedro-branco, cedro-cetim, cedro-fofo, cedro-roxo, cedro-verdadeiro, cedro-vermelho, cedro-da-bahia, cedro-da-várzea, cedro-de-carangola, cedro-do-campo, cedro misionero (Argentina); cedro (Bolívia); ygary (Paraguai) e cedro colorado (Peru). Ocorre em todos os ambientes florestais do Brasil e em praticamente toda a América Latina. Seu tronco é cilíndrico, longo, reto ou pouco tortuoso e quando se ramifica produz uma copa alta e frondosa. Possui casca com fissuras longitudinais profundas e largas, muito típicas. A casca interna é avermelhada com odor agradável. As árvores de cedro-rosa, parte da família de pinheiros, são grandes árvores verdes conhecidas por produzir uma fragrância aromática. Elas também são conhecidas por ter uma expectativa de vida longa por causa de sua resistência a doenças. Sua expectativa de vida longa também pode ser atribuída ao fato de prosperarem em áreas úmidas, onde os incêndios são raros.

As folhas caem nas estações mais frias do ano. Suas flores, de coloração amarela a creme, formam um aglomerado denso. O fruto é uma cápsula lenhosa com textura rugosa e de coloração marrom escuro. Dentro dele, encontram-se as sementes que são aladas. A polinização, possivelmente é feita por mariposas e abelhas e a dispersão das sementes é realizada pela ação do vento.

O cedro destaca-se entre as madeiras mais apreciadas no comércio brasileiro e nas exportações. Sua madeira é parecida com a do mogno (Swietenia macrophylla), sendo, porém mais mole e de textura mais grossa. Possibilita o uso muito diversificado, superado somente pela madeira de pinheiro-do-paraná (Araucária angustifolia). Sua madeira é muito empregada na construção civil, na fabricação de caixas para cachimbo, na produção de energia, produção de móveis, artesanato e utilizada na construção de instrumentos musicais. Também são usados como árvores ornamentais para fins de paisagismo, por terem folhagem atraente. A copa da árvore do cedro-rosa, quando plantadas lado-a-lado também pode bloquear o vento e ajudar a manter um ambiente aconchegante em casa.

Nome Científico: Cedrela fissilis (Meliaceae).
CaracterísticasEspécie arbórea com altura de 8-35 m e tronco com até 90 cm de diâmetro. Folhas alternas, espiraladas, compostas pinadas, com folíolos oval-lanceolados de até 18 cm de comprimento. Os frutos são cápsulas deiscentes, com sementes monaladas.
Locais de Ocorrência: Ocorre principalmente nas florestas semidecíduas e pluvial atlântica do Rio Grande do Sul até Minas Gerais.
Madeira: Madeira leve, ceme variando do bege-rosado-escuro ou castanho-claro-rosado, mais ou menos intenso, até o castanho  avermelhado, textura grossa;grã direta ou ligeramente ondulada, superficie lustrosa e com reflexo dourados; cheiro característico, agradável, bem pronunciado em algumas amostras, quase ausente em outras ; gosto ligeramente amargo., madeira macia e muito durável em ambiente seco. Quando enterrada apodrece rapidamente.
Aspectos EcológicosPlanta decídua que ocorre preferencialmente em solos úmidos e profundos, como os encontrados em vales e planícies. Desenvolve-se no interior de florestas primárias, mas também pode ser encontrada em capoeiras. Floresce entre os meses de agosto e setembro e o amadurecimento dos frutos ocorre com a árvore totalmente desfolhada, entre junho e agosto.
DurabilidadeA madeira de Cedro é considerada de resistência moderada ao ataque de organismos xilófago, segundo observações práticas a respeito de sua utilização.




Referências utilizadas: